http://wallsfx.com
Hoje ao abrir o Facebook, me deparei com a mensagem de uma ex-colega de trabalho com quem não converso há bastante tempo. Ela queria me contar que após meses de investigação médica, foi diagnosticada como portadora de Esclerose Múltipla, uma doença neurológica degenerativa para qual ainda não há cura. Infelizmente, aos 30 anos de idade, minha amiga sente-se como quem está chegando ao final de um túnel escuro e sombrio.
As pesquisas atuais sobre a Esclerose Múltipla (EM) estão avançando rumo à possibilidade de cura. Pesquisadores das Universidades de Edimburgo e Cambridge parecem ter encontrado uma substância capaz de promover a regeneração da mielina, substância responsável por garantir a transmissão dos estímulos nervosos, e que na EM sofre degeneração levando a perda progressiva dos movimentos voluntários.
A fisioterapia neurológica tem se esmerado em preservar ao máximo as funções motoras de pacientes portadores de doenças progressivas com o objetivo de prolongar a independência e qualidade de vida dessas pessoas. Entretanto, a possibilidade de cura nos remete a uma perspectiva futura bem diferente: a de manter os sistemas ósseo, articular e musculoesquelético na maior integridade possível, para que os mesmos possam estar aptos a reassumirem suas funções reestabelecendo a independência do indivíduo.
Não há data prevista para a cura da EM ou outras doenças do sistema nervoso. Mas é preciso garantir que os pacientes em tratamento fisioterapêutico estejam preparados para os milagres que a ciência trará em algum momento.
Estamos no caminho certo?
http://www.sciencedaily.com/releases/2013/07/130721161747.htmMultiple sclerosis research could help repair damage affecting nerves
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Fisioterapia Vestibular / Fisioterapia Labiríntica
Embora muito relevantes, algumas especialidades da
fisioterapia ainda contam com poucos profissionais capacitados. A Reabilitação
Vestibular ou Labiríntica, por exemplo, tem sido aplicada com bastante êxito em
grande parte das afecções do sistema vestibular substituindo em muitos casos o
uso de medicações e aliviando rapidamente a sensação de vertigem, mal estar e
perda de equilíbrio. O êxito do tratamento fisioterapêutico tem sido tão
significante que o COFFITO reconheceu
a Reabilitação Vestibular como área de atuação do
fisioterapeuta através da resolução nº 419, de 02 de junho de 2012.
Através de exercícios de posicionamento corporal
com ênfase na cabeça, pescoço e olhos é possível, em boa parte dos casos,
estimular rearranjos das informações sensoriais periféricas permitindo
que novos padrões de estimulação vestibular passem a ser realizados de forma
automática, atenuando os sintomas da labirintopatia.
http://utahhearingandbalance.com/dizziness/balance-and-the-vestibular-system/ |
Existem cursos de pós-graduação em Fisioterapia Vestibular ou Fisioterapia Labiríntica em diversas instituições de ensino no Brasil. Vale a pena procurar um bom programa e investir em uma especialidade bastante promissora e ainda pouco difundida no país.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Fisioterapeutas: seres alheios a valorização profissional?
O Projeto de Lei nº.
5979 de 2009, que dispõe sobre o piso salarial dos fisioterapeutas e terapeutas
ocupacionais foi aprovado em 11 de abril de 2012 na Comissão de Trabalho, de
Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, sob a relatoria da
deputada Gorete Pereira, que é fisioterapeuta. O valor fixado em quatro mil
seiscentos e cinquenta reais (R$ 4.650,00) para 30 horas semanais foi
amplamente comemorado pela classe, que em grande parte desavisada, esperava
receber este valor em curto prazo.
Algumas considerações
parecem pertinentes a este respeito.
Depois de aprovado
pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos
Deputados, o Projeto de Lei em questão ainda está sujeito à aprovação pelas Comissões de Finanças e Tributação (CFT) e de Constituição e Justiça e
de Cidadania (CCJC). Em 09 de outubro de 2012 foi encerrado o prazo no CFT para emendas ao
projeto, sem que qualquer emenda tenha sido apresentada, o que pode significar
avanços na conquista de melhor reconhecimento salarial.
Entretanto, mesmo
depois de aprovado o projeto em todas as instâncias e transformado em Lei, a
pergunta que fica é a seguinte: o pagamento do piso salarial será obrigatório
para empresas privadas e órgãos públicos? Qual a garantia de que o profissional
será contratado pelo valor mínimo estipulado na legislação?
A resposta a estas
questões não é somente complicada como também desanimadora. O Tribunal Superior
do Trabalho (TST) entende que o piso salarial só pode ser exigido de EMPRESAS E
INSTITUIÇÕES PRIVADAS, não se aplicando a ÓRGÃOS PÚBLICOS, já que são de
iniciativa do Poder Executivo as leis que dispõem sobre aumento da remuneração.
No caso de empresas
privadas, estas podem continuar oferecendo o valor que bem entenderem, podendo,
entretanto estar sujeitas a ações trabalhistas movidas normalmente pelo
sindicado da classe, SINFITO no caso de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Nesse caso, há que se contar com a consciência do
fisioterapeuta quanto ao valor de seu trabalho, pois o medo da perda do emprego
diante da grande oferta de “profissionais” no mercado pode exercer um efeito
negativo na tomada de uma decisão contra a empresa. Assim, corremos o sério
risco de nada mudar.
Os sindicatos têm como
função defender os direitos e interesses coletivos ou individuais das categorias
que representam, inclusive em questões judiciais ou administrativas. Entretanto,
a legislação deixa claro que ninguém é obrigado a filiar-se ou a manter-se
filiado a um determinado sindicato. E embora a adesão de profissionais
seja necessária para garantir a representatividade da classe, são poucos os
fisioterapeutas que entendem a necessidade de associação ao SINFITO.
Vale ressaltar que
qualquer sindicato está sujeito a cobrança de suas ações por parte dos
associados, mas para tanto os profissionais da classe devem estar engajados na
defesa de seus interesses. Será que já chegamos a este ponto?
Os desafios são muitos.
Mas se realmente desejamos que nosso árduo trabalho seja reconhecido e
valorizado, o único caminho viável é a superação. Não a superação isolada e
pessoal na vitória profissional do dia a dia. A superação da desunião de uma
classe que insiste em manter-se alienada, vendo em seus pares apenas a figura
de concorrentes, contra os quais vale a pena aceitar valores indignos e horas
excessivas de trabalho braçal.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Fisioterapia no Brasil: para onde estamos indo?
Embora
seja fato que a profissão Fisioterapeuta
é ainda bastante nova no Brasil, não podemos de forma alguma, justificar a falta
de reconhecimento profissional baseados apenas nos poucos anos de seu
reconhecimento formal.
Quem
vive da profissão conhece muito bem as dificuldades do dia a dia. Os baixos
salários e a obrigatoriedade da hierarquia médica na requisição de exames e de encaminhamentos
nos planos de saúde são exemplos bastante simples. Da mesma forma, a inexistência
de vagas em grande número de empresas privadas e na maioria dos concursos
públicos parece destacar a fisioterapia como área da saúde de pouca importância.
Desde
a formulação da Declaração de Alma Ata (tema de assuntos futuros deste blog), muito
se tem falado na atenção primária em saúde, a qual tem como um de seus pilares a integralidade de cuidados, considerando
o indivíduo como um todo. A partir desta visão, foram criadas as chamadas
equipes multidisciplinares (a meu ver, multiprofissionais), das quais
teoricamente o fisioterapeuta deveria também fazer parte. Mas não faz. Não na
esmagadora maioria dos municípios brasileiros.
A questão
é: a fisioterapia no Brasil tem se mostrado essencial na promoção, prevenção,
tratamento e reabilitação de distúrbios cinéticos funcionais como preconizado
em nosso perfil profissional? Se a resposta a esta questão for afirmativa, qual
o motivo das dificuldades presentes em nosso quotidiano?
Este
espaço tem como um de seus objetivos a promoção de debates e reflexões a
respeito dos principais problemas vivenciados por fisioterapeutas comprometidos
profissionalmente, aqueles que buscam fazer a diferença através de uma ciência
da saúde baseada em evidências.
Entretanto, creio que manter a porta aberta para todo tipo de discussão séria e interessante a respeito da profissão será produtivo para todos que estão preparados para lutar por maior reconhecimento profissional.
Entretanto, creio que manter a porta aberta para todo tipo de discussão séria e interessante a respeito da profissão será produtivo para todos que estão preparados para lutar por maior reconhecimento profissional.
Da mesma forma, estudantes, profissionais
de outras áreas da saúde, educadores e o público em geral poderão contribuir
com experiências interessantes vistas por diferentes perspectivas. São todos
bem-vindos!
Como
ponto de partida, deixo a seguinte questão em aberto:
A quem cabe a responsabilidade
pelo reconhecimento de uma determinada profissão?
Até
breve!
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